Fernando Moreira de Almeida e a preservação do património familiar
Constantino de Almeida faleceu em 1922, mas a viúva e os filhos deram continuidade à empresa e à exploração das suas quintas. Logo em 1923, criaram a Sociedade Agrícola da Quinta do Crasto, confiando a administração a Fernando de Almeida. A relação umbilical entre a casa comercial, que em 1927 adoptou a designação de Sociedade dos Vinhos do Porto Constantino, e a quinta perdurou ao longo de quase quatro décadas. Nesses tempos difíceis, entre os anos vinte e o pós-II Guerra, a Constantino era uma das maiores casas exportadoras de vinho do Porto, em que incluía a marca Crasto. Comercializava também outros vinhos, além do emblemático «Brandy Constantino: a fama que vem de longe!». Mas o acumular de dificuldades financeiras e a dispersão das quotas da empresa por muitos descendentes do fundador levaram à cedência do controlo accionista à casa Ferreirinha, em 1958.
A nova geração: tradição e modernidade
A Quinta do Crasto continuaria na posse dos sucessores de Constantino de Almeida. Nos anos oitenta do século XX, iniciou uma nova fase da sua história, quando a filha de Fernando de Almeida, Leonor Guedes de Almeida, e seu marido, Jorge Roquette, adquiriram as quotas de diversos membros da família e lançaram um projecto de modernização vitícola, para produção e comercialização directa de vinhos de qualidade, como produtores-engarrafadores de vinhos do Porto e Douro. Além disso, a adega do Crasto guardava um precioso stock de vinhos do Porto das melhores vindimas. Na década de 1990, os vinhos da Quinta do Crasto suscitaram o acolhimento entusiasta dos consumidores, que superou todas as expectativas e estimulou grandes investimentos de expansão vitícola, com novas plantações e aquisição de outras quintas e vinhas, e de modernização do centro de vinificação e dos armazéns. Actualmente, a Quinta do Crasto possui cerca de 200 hectares de vinhas, o que a situa entre os dez maiores produtores do Douro, com quase um milhão e meio de garrafas de um fabuloso portfólio de vinhos DOC Douro e Porto por ano, comercializados em mais de 40 países, nos quatro cantos do mundo. Celebrados pela enofilia mundial mais exigente, os vinhos da Quinta do Crasto acumularam, nos últimos vinte anos, uma invejável colecção de prémios e distinções entre os melhores vinhos do mundo. Desde 2012, a quinta passou também a investir no enoturismo, em complementaridade com a actividade vitivinícola.